segunda-feira, 13 de julho de 2009

100 livros essenciais da literatura brasileira

O site da revista BRAVO! divulgou uma lista com 100 livros da literatura brasileira que não podem faltar na sua biblioteca.

Nunca levei a serio nenhum tipo de ranking. Elas são bobas, tendenciosas e vagas. Além do mais, as listas dos “100 mais” – existe uma que se chama “1001 discos para se ouvir antes de morrer” - servem apenas como muletas para cegos tatearem entre tantos caminhos.

O que mais me irrita num ranking, por mais que ele não seja arbitrário, é o seu caráter determinante e definitivo. E o meu descaso com as listas, em especial essa da BRAVO!, não se resume a inclusão ou o esquecimento de certos títulos. O que me tira do sério é o ponto final, é a escolha solta no ar, sem argumento, sem debate.

Mas, afinal, qual a função de um ranking? Não acredito que eles sirvam como um guia informativo e útil. O bom leitor não se influencia por nenhum tipo de guia. O leitor – seja ele bom ou ruim - precisa, sim, de um norte, de uma indicação. Mas ela deve ser dada por um bom crítico, que vai explicar o porquê ler aquele livro ou autor. Uma boa orientação evita perder tempo e dinheiro com obras e autores efêmeros, e nos ajuda a conhecer o melhor da produção literária de nosso tempo.

O mau leitor, além de adorar ler os livros expostos nas vitrines das livrarias, ama as listas. Elas facilitam na arte de simular erudição.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A cega natureza do amor

Este é o nome do mais novo livro do escritor natalense Patrício Jr, do selo Jovens Escribas, com lançamento marcado para dia 16 julho, na livraria Siciliano, Shopping Midway, às 19h.

A segunda publicação de Patrício Jr. reúne 13 contos, entre inéditos e publicados, e um deles será adaptado para o cinema pelo diretor Buca Dantas.
O livro fala do amor perdido, do encontrado, do religioso, do platônico. Histórias como a do padre que fica grávido; da mulher que enlouquece esperando a volta do seu amor; do travesti que segue apaixonado por um amigo de infância. 13 visões do amor.

“A Cega Natureza do Amor” é o 11º lançamento do Jovens Escribas. O primeiro livro de Patrício Jr. foi o romance “Lítio”, lançado em 2005.

O jornalista e publicitário é um dos fundadores do selo, que já publicou mais de 10 livros de novos autores.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Eu, psicólogo de mim

Ainda estou com a boca amarga. Ao escrever o texto abaixo imaginei que ‘desentupiria os canos’, mas a verdade é que ainda sinto o gosto amargo das palavras em minha boca. Admito que me incomoda profundamente escrever esse tipo de texto. O tom confessional e quase choroso do último post não traduz quem eu sou. Por isso, não me leia ao pé da letra, por favor! (ouço o eco – ninguém me ‘ouve’)

Não acho que tenho talento para escrever ficção (talvez não tenha nem mesmo para escrever), mas depois de uma reflexão, ao reler certas besteiras que escrevo, me perguntei se aquilo, o meu texto, não era uma ficção disfarçada de realidade. Afinal, para ser considerada boa, a ficção precisa convencer, parecer real.

Mas também não nego o que escrevi. E nem é para tanto. Mas é muito chato escrever sobre calor do meu (mau ou bom) humor do dia. E aí, algum tempo depois, fico impressionado com a minha confusão, com as minhas dúvidas, meus medos, meus desejos...

Em resumo: Eu, psicólogo de mim.

Hoje eu acordei meio Lya Luft





sexta-feira, 3 de julho de 2009

Faxina

Em um dos posts abaixo, escrevi sobre o reencontro que tive comigo mesmo, através de algumas anotações esquecidas nas gavetas do meu armário e das minhas lembranças.

Dar de cara comigo, um 'eu' que já não existe mais, foi triste e perturbador. Foi como estar diante de um espelho, do qual o reflexo é de uma pessoa que eu não reconheço mais.

Lembrei de fatos que me machucaram, dos sonhos que não concretizei e, consequentemente, vieram os questionamentos e a reflexão sobre minha vida hoje. Passei noites sem dormir, dias monossilábicos, cabeça longe, música de fundo.

Senti saudade de algumas pessoas, tentei fugir de outras, mas esbarrei na realidade. Em fases como essa a poesia é a melhor saída. E como não sou poeta, me realizo e me alivio em poemas como este, do ótimo Múcio L. Góes:

Isto é


há noites
em que não sei
se deito
ou desisto
há noites
em que não sei
se guevara
ou jesus cristo
há noites
em que de tudo
disto
*********
Fragmentos do livro Grãos ao alto!
dúvida
sem fim:
não sei
se te levo comigo
ou se te deixo
em mim.