sexta-feira, 3 de julho de 2009

Faxina

Em um dos posts abaixo, escrevi sobre o reencontro que tive comigo mesmo, através de algumas anotações esquecidas nas gavetas do meu armário e das minhas lembranças.

Dar de cara comigo, um 'eu' que já não existe mais, foi triste e perturbador. Foi como estar diante de um espelho, do qual o reflexo é de uma pessoa que eu não reconheço mais.

Lembrei de fatos que me machucaram, dos sonhos que não concretizei e, consequentemente, vieram os questionamentos e a reflexão sobre minha vida hoje. Passei noites sem dormir, dias monossilábicos, cabeça longe, música de fundo.

Senti saudade de algumas pessoas, tentei fugir de outras, mas esbarrei na realidade. Em fases como essa a poesia é a melhor saída. E como não sou poeta, me realizo e me alivio em poemas como este, do ótimo Múcio L. Góes:

Isto é


há noites
em que não sei
se deito
ou desisto
há noites
em que não sei
se guevara
ou jesus cristo
há noites
em que de tudo
disto
*********
Fragmentos do livro Grãos ao alto!
dúvida
sem fim:
não sei
se te levo comigo
ou se te deixo
em mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário